Iniciativas de Trabalho e Antitruste de Biden de Última Hora Podem Não Ter Futuro

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Iniciativas de Antitruste e Trabalho de Biden Podem Não Ter Futuro

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Contexto Atual

Em 14 de janeiro de 2025, a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) lançou uma “Declaração de Política sobre a Isenção de Atividades Laborais Protegidas de Trabalhadores da Responsabilidade Antitruste”. Essa declaração afirma que a FTC não processará trabalhadores não sindicalizados que participem de ações conjuntas vistas como anticompetitivas. No entanto, essa decisão pode prejudicar a concorrência e o bem-estar do consumidor, sem oferecer benefícios reais para os trabalhadores.

Novas Diretrizes Antitruste

Em 16 de janeiro, a FTC e o Departamento de Justiça dos EUA publicaram novas “Diretrizes Antitruste para Atividades Empresariais que Afetam os Trabalhadores”. Essas diretrizes de 2025 adotaram uma abordagem mais agressiva em relação à conduta empresarial, em comparação com o documento anterior de 2016, que oferecia orientações sobre recursos humanos.

Essas ações representam um esforço significativo da administração Biden para enfatizar os interesses dos trabalhadores nas questões antitruste, além de se preocupar com o bem-estar do consumidor. A votação para liberar ambas as declarações foi dividida, com 3 votos a 2, refletindo um desacordo entre os comissários republicanos da FTC. Em contraste, a FTC sob a administração Obama havia aprovado a declaração anterior por unanimidade.

Possíveis Consequências Futuras

Dada a situação política, há uma possibilidade considerável de que essas iniciativas da administração Biden sejam revogadas pela nova liderança antitruste sob o governo Trump. O novo presidente designou Andrew Ferguson como o novo presidente da FTC. Em suas declarações, Ferguson expressou que as ações do governo Biden não têm futuro e são irrelevantes.

A Declaração da FTC de 14 de Janeiro

A declaração da FTC desafia a preocupação tradicional com a concorrência nos EUA, que considera o conluio entre concorrentes como a “suprema maldade” do antitruste. O conluio prejudica os consumidores ao eliminar os benefícios da concorrência, resultando em preços mais altos e qualidade inferior.

Assim como as empresas, os trabalhadores oferecem um serviço – sua própria mão de obra. O Congresso já proporcionou isenções antitruste para certas atividades conjuntas entre membros de sindicatos, como negociações coletivas sobre salários e benefícios, contidas na Lei Antitruste Clayton e na Lei Norris-Laguardia.

A nova declaração da FTC tenta estender essa imunidade antitruste além do contexto sindical para outras categorias de trabalhadores, enfatizando que não irá contestar ações coletivas de contratados independentes e trabalhadores de plataformas que buscam melhores condições de trabalho.

Implicações Legais e Econômicas

Essa posição da FTC é legalmente questionável. Especialistas em direito trabalhista, como Alexander MacDonald, argumentam que essa interpretação pode desestabilizar um equilíbrio entre as políticas antitruste e trabalhistas. Além disso, pode expor os contratantes a riscos de abuso e enfraquecer regras contra conluio e fixação de preços.

A tentativa da FTC de expandir a isenção antitruste para ações coletivas não sindicais levanta questões econômicas significativas, pois pode incentivar atividades collusivas entre trabalhadores não sindicalizados, prejudicando a concorrência e a economia. Trabalhadores independentes que valorizam sua liberdade podem ser pressionados a aceitar acordos coletivos que não atendem a seus interesses.

Felizmente, a declaração pode ter pouco impacto prático. O Departamento de Justiça não a endossou e não possui força de lei, permitindo que o DOJ, autoridades estaduais ou partes afetadas processem para anular acordos de trabalho não sindicais considerados colusivos. Portanto, a FTC pode ter desperdiçado recursos ao desenvolver essa declaração.

Diretrizes Antitruste de 2025

As novas diretrizes da FTC e do DOJ de 2025 abrangem uma gama mais ampla e têm um tom mais negativo em relação à conduta empresarial do que a orientação anterior de 2016, que focava em dois tipos específicos de acordos entre empregadores:

  • Acordos explícitos entre empregadores para não recrutar certos funcionários ou não competir em termos de compensação são considerados ilegais.
  • Compartilhar informações com concorrentes sobre termos e condições de emprego também pode violar as leis antitruste.

Embora a orientação de 2016 tivesse aspectos positivos, como permitir joint ventures entre concorrentes, as diretrizes de 2025 se concentram mais na possibilidade de responsabilidade criminal e menos nas trocas de informações permitidas.

As novas diretrizes também destacam duas áreas adicionais de preocupação antitruste:

  • Acordos de emprego que restringem a liberdade dos trabalhadores de deixar seus empregos, incluindo acordos de não concorrência.
  • Condições de emprego restritivas ou predatórias, como acordos de não divulgação excessivamente amplos, cláusulas de reembolso de treinamento e acordos de não solicitação.

Essas diretrizes focam no potencial de dano, ignorando os aspectos procompetitivos que esses acordos podem ter. Por exemplo, acordos de não concorrência bem elaborados podem incentivar investimentos benéficos em treinamento de trabalhadores, enquanto acordos de não divulgação podem proteger os interesses dos empregadores.

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